Alunos do curso de Aquacultura da Escola de Veterinária realizaram visitas técnicas, nos dias 15 à 22 de maio, em 3 cidades brasileiras com práticas em piscicultura. Durante a viagem os alunos puderam conhecer melhor o mercado interno e práticas do agronegócio brasileiro.
Cerca de 20 alunos do curso de Aquacultura, entre graduandos e pós-graduandos, e os professores Cíntia Nakayama, Gisele Cristina Fávero, e Ronald Luz, idealizadores da disciplina de ZOO O25, visitaram as cidades de Santa Fé do Sul e Mococa, em São Paulo, e Aparecida do Taboado no Mato Grosso do Sul, em busca de conhecer e experienciar na prática formas e processos de produção de tilápias em solo brasileiro.
As cidades visitadas foram escolhidas estrategicamente com intuito de apresentar aos alunos os diferentes passos no processo de produção de tilápias, desde a chegada do animal jovem no local, a despesca, o processamento pós despesca até chegar ao destino final como produto. Também foram visitadas fábricas de ração, o que agregou ainda mais aos alunos o conhecimento de todo o processo.
Em se tratando do mercado do agronégocio, a visita ainda uniu os conhecimentos e experimentações demonstradas nos processos, à negociação e exposição das empresas em uma feira de agronegócio, o que fez com que a visita apresentasse aos estudantes os diversos panoramas possíveis de execução da profissão futuramente.
Os alunos apreenderam em Santa Fé do Sul e Aparecida do Taboado, cidades referência na produção de tilápia, a criação do animal em tanque-rede, localizada no Rio Paraná. Ainda em Santa Fé do Sul, eles participaram da Aquishow, uma feira de agronegócio com duração de dois dias voltada para a produção de peixes em geral. Na feira haviam expositores de várias empresas do ramo, como fábricas de ração, insumos, equipamentos, além da visualização de negociações sendo concretizadas, o que possibilitou que os estudantes conhecessem como ocorre a movimentação no meio da piscicultura.
Cíntia Nakayama, professora do curso de Aquacultura, reforçou a experiência de ir à esse tipo de evento como enriquecedora pois "é bom para o conhecimento dos alunos, e também para atualização até mesmo dos já profissionais". A feira englobou empresas simples e sofisticadas em se tratando de processos de produção, além da visualização da grandiosidade da feira em questão, o que denota a magnitude que a atividade movimenta.
Entre as visitas os alunos contaram também com palestras ministradas por especialistas da área, a exemplo de Marcelo Assano, profissional que oferece consultoria sobre psicultura. Marcelo abordou em sua fala os peixes ornamentais, especificações sobre as carpas Nishikigoi e seu processo de seleção, o mercado exclusivo que elas fomentam. O consultor também discorreu sobre o processo de criação em tanque-redes, focado nas questões técnicas sobre a produção e suas especifidades.
Ana Carolina Andrade Malta, ex aluna de Aquacultura da UFMG apresentou aos alunos questões significativas sobre licenciamento ambiental no meio. Ana forneceu orientações sobre os aspectos envolvidos na estrutura de tanque-rede, bem como quais são as necessidades de legislação, o licenciamento e as dificuldades em se tratando do assunto.
Os alunos e professores também visitaram a RAGUIFE, maior planta de produção de ração, do Grupo Ambar Amaral, onde conheceram a fábrica e o processos de controle de qualidade. Em Aparecida do Taboado conheceram a fábrica de ração Aquafeed, local onde visualizaram os maquinários e também o frigorífico localizado em São Paulo. Os estudantes conheceram também a empresa GeneSeas, que atua em toda a cadeia de produção de tilápias, desde a produção em tanque-redes até a exportação do produto.
Na cidade de Mococa os estudantes exploraram a Fazenda Águas Claras, referência na produção de pangas, onde puderam conhecer e entender os desafios de produção do peixe, questões mercadológicas sobre a magnitude de produção e previsões futuras sobre o mercado de pangas. Em conjunto à visita em fazendas, o conhecimento de estruturas empresariais fomentaram o entendimento da grandiosidade que o mercado da piscicultura pode chegar.
A disciplina Apiaqua ofertada no primeiro semestre possibilitou aos alunos de Aquacultura além do conhecimento de práticas e métodos de manejo, a experiência de se permear no mercado, conhecendo diferentes formas de produção e produtos,o que serve de fomento para o aluno na parte prática, esfera intrínseca à teoria na formação do aluno de Aquacultura.
O entendimento in loco de como funciona o campo, as possibilidades e dificuldades da profissão, a rotina de atividades e as particularidades de cada etapa da piscicultura, faz com que o aluno obtenha bagagem e possa direcionar seu percurso na graduação de acordo com as experiências adquiridas na disciplina. A união entre a teoria e prática se fez necessária para o melhor direcionamento do estudante, ou seja, através da visualização da teoria sendo exercitada no mercado, se cria uma possibilidade. Através de tais iniciativas os alunos conseguem se enxergar como profissionais, e o que será exigido deles no mercado de trabalho.
O feedback dos alunos diante da experiência vivida foi recebido como satisfatório, o que compete à disciplina o cumprimento de seu objetivo, através da percepção das diferentes formas de se exercer a profissão, o conhecimento necessário para exercê-la e como o campo é desafiador. Tais aulas fora do campus serviram de esclarecimento aos alunos em relação ao direcionamento que se almeja no campo, o que possibilita o alinhamento da formação acadêmica a área em que se almeja atuar, como a empresarial, de trabalho laboratorial, entre outros.
A experiência serviu aos alunos também como animadora, pois a visualização dos profissionais atuando no mercado, principalmente dos ex-alunos da Universidade, entre colegas e profissionais, em empresas de renome e grandeza, os impactou. O apoio obtido da Escola de Veterinária e o entendimento da necessidade de se promover disciplinas como essa, fomenta a capacidade do curso de Aquacultura em formar profissionais de qualidade e mais bem preparados para o mercado.