Universidade Federal de Minas Gerais

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Notícia

Alimentar micos e pombos pode trazer riscos

Engraçadinhos e espertos. Assim são os micos, que fazem companhia aos alunos e professores todos os dias no horário do almoço, no pátio da Escola de Veterinária da UFMG. Eles encantam a todos com sua esperteza e extrema inteligência.

Porém, muitos de nós não temos consciência do risco que podemos causar a esses animais quando convictos de que alimentá-los, é uma atitude correta. Segundo o chefe da Seção de Veterinária do Departamento do Jardim Zoológico, Herlandes Penha, isso gera vários riscos, como cáries que evoluem para a perda dentária, obesidade, deficiências nutricionais e até mesmo doenças fatais para estes animais.

“Um exemplo de doenças que podemos transmitir aos animais é o vírus Herpesvirus hominis. Nos humanos, esta forma da doença causa pequenas vesículas e raramente trazem problemas sérios. A mesma forma da doença causa uma encefalite fatal e altamente contagiosa entre os primatas não-humanos, além de sarampos, gripes e parasitas”, afirma Herlandes.

Os alimentos que realmente fazem mal a esses animais são os industrializados, muito ricos em sódio e com muito tempero. “Estes pequenos primatas podem desenvolver deficiências nutricionais, principalmente minerais e vitamínicas. Não é incomum encontrarmos animais com deficiência de cálcio pela indisponibilidade deste mineral ou associado a uma hipovitaminose D”, explica Herlandes.

O mico-estrela não é uma espécie nativa da nossa região. Portanto, ao fornecermos alimento em abundância, provavelmente eles irão se reproduzir ainda mais, gerando novos filhotes que competirão por abrigo e alimento com espécies nativas.

Em contrapartida, os micos podem nos transmitir o vírus da raiva, algumas hepatites virais, tuberculose, salmonelose, campilobacteriose, shigelose, além de ecto e endoparasitas.

Além das doenças, o perigo de um contato direto com os micos é uma possível reação agressiva por parte deles, quando nos negamos a alimentá-los. As lesões mais comuns são mordeduras e escoriações nas mãos, braços, pescoço e rosto.

Outra espécie de crescimento abundante e grande presença na Escola de Veterinária são os pombos. Animais granívoros (que se alimentam de grãos), com reprodução descontrolada, e que aparentemente não trazem risco algum. Segundo o professor Nelson Martins do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UFMG, “O pombo em geral, não traz transtorno imediato, seu perigo maior é o ectoparasita, que vêm picar as pessoas. Outro problema dos pombos é a acumulação de fezes que desenvolvem fungos, e os humanos são bastante sensíveis a esses fungos. Isso causa pneumonia e pode ser bem grave”, afirma o especialista em aves e outras espécies da fauna nativa.

Neste caso, o que o professor recomenda é bastante limpeza, para evitar o acúmulo dessas fezes, e a retirada de abrigo para eles, como já foi feito aqui na escola.

Além disso, as pessoas precisam se conscientizar de que é importante não alimentar estes animais para não incentivar um aumento na sua reprodução, nem desiquilibrar sua dieta.

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