Dia 08 de março é celebrado o Dia Internacional das Mulheres, um dia reservado para a promoção da igualdade entre gêneros. A Escola de Veterinária da UFMG acredita na importância do exemplo de mulheres bem sucedidas em diferentes áreas profissionais para a construção de um futuro igualitário. Pensando nisso, entrevistamos 6 mulheres da comunidade da EV, que são mães, para falar sobre a relação com suas filhas e a importância da construção de uma rede de apoio entre mulheres.
A professora Joana Ribeiro, do Departamento de Zootecnia, tem duas filhas, Malu (7 anos) e Nina (3 anos), apesar da realidade profissional estar muito distante, Joana já incentiva as meninas a se dedicarem à escola. “Penso que elas precisam viver uma etapa de cada vez. Agora é tempo de curtir a infância e tudo de bom que essa fase tem, principalmente as brincadeiras de faz de conta. Mas sempre reforço a importância da escola, de se dedicar e tirar notas boas”. Ela percebe que os valores profissionais como dedicação e esforço podem ser desenvolvidos desde criança, tanto na escola quanto com o apoio de mãe.
Professora Joana e suas filhas, Malu e Nina.
Camila Bastos, professora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP), também acredita na importância da instrução de valores ainda na infância: “tento passar valores de trabalho, honestidade, esforço e sempre incentivo a trabalharem com o que gostam”. Apesar de ter duas filhas novas, de 11 e 8 anos de idade, a professora já observa preferências profissionais, mas ressalta que evita intervenções – “deixo elas livres para escolherem”. Camila busca ser um exemplo para as filhas diariamente e reforça a necessidade da luta na busca por uma sociedade igualitária, “temos conseguido conquistas, mas elas irão passar por dificuldades. Já passei por situações assim, de ser desvalorizada por estar grávida, mas tento ensinar a elas que não desanimem, que sejam fortes e não desistam”.
Professora Camila e suas filhas, Elisa e Helena.
Grazielle Cossenzo, servidora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMPV), também incentiva sua filha, Ana Clara (5 anos), a se dedicar à escola, e vê a educação como um caminho para o enfrentamento das possíveis adversidades na vida profissional. Ela diz: “Infelizmente acredito que as desigualdades ainda existirão até ela atingir a vida profissional. Acredito que prepará-la para enfrentar essas adversidades faz parte da educação. Brinco sempre com ela que temos o poder feminino e que ela é a única pessoa que pode determinar o seu limite e suas escolhas”. A servidora percebe que a filha adora cozinhar, mas assim como Camila acredita que a filha deve ser livre para decidir sua profissão.
Grazielle e Ana Clara.
Sônia Mara, funcionária do Colegiado de Pós-graduação, incentiva sua filha Kamille (13 anos) por meio da leitura, a jovem se interessa pelo curso de Direito e a mãe apoia esta vontade. A escolha profissional ainda está longe de acontecer, mas Sônia, que se vê como um exemplo para Kamille, ressalta a importância da educação: “mostro para ela como é importante estudar, ler e se dedicar”.
Sônia e Kamille.
Para as professoras Cláudia Pena, do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal (DTIPOA), e Adriane da Costa Val, do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias (DCCV), o futuro profissional de suas filhas já está acontecendo. Cláudia se vê como fonte de inspiração para sua filha Júlia (18 anos), apesar da jovem ter feito uma escolha profissional diferente. Ela nos conta que: “Júlia nunca se interessou por veterinária, mas, se formos falar de conduta ética, acredito que ela me vê como um exemplo”.
Professora Cláudia e Júlia, sua filha.
Júlia optou pela área de Comunicação, começando este ano o curso de Publicidade e Propaganda. A mãe conta que já enfrentou situações de discriminação em seu ambiente de trabalho e reflete sobre o futuro da filha. “O medo existe, mas sei que minha filha já tem um pouco de percepção de que a discriminação acontece. Acho que na Comunicação os episódios, talvez, sejam menores. Se ela escolhesse a Veterinária, pela minha experiência, eu ia chamar atenção para o fato de que ela tem que ser forte”.
Professora Adriane e sua filha, Andressa.
Adriane, mãe de Andressa (20 anos), também acredita na importância de ser um exemplo profissional para sua filha, que cursa psicologia: “Me considero um exemplo, fora a escolha profissional que é diferente, ela tem um modelo de uma mãe que trabalha, e que construiu uma carreira”. Adriane também acha importante falar sobre os principais desafios que o mercado de trabalho apresenta para as mulheres, durante a entrevista ela contou como abordou isso com sua filha: “Umas das coisas mais doídas na minha carreira foi a discriminação de gênero, desde que ela era pequena eu falo sobre esse assunto, ela não é mais ou menos do que ninguém. Preparei para que ela soubessse enfrentar essa discriminação e não se diminuisse por ser mulher”.
As falas das nossas seis entrevistadas ressaltam a importância da criação de laços e redes femininas que fortalecem e inspiram o desenvolvimento profissional de todas as mulheres. A união do gênero é imprescindível para a promoção da liberdade nas escolhas e decisões da vida das mulheres. Lugar de mulher é na Veterinária, é na Universidade, é na pesquisa, é na sala de aula, é no campo, é no consultório, é onde ela quiser!