A UFMG mantém os esforços para ajudar aos afetadas pelo rompimento da barragem do Feijão, crime ambiental-humanitárioda Vale, em Brumadinho, ocorrida no dia 25 de janeiro. Docentes, estudantes de pós-graduação e residentes da Escola de Veterinária da UFMG formaram uma equipe que se deslocou para o município, a bordo da Unidade Veterinária de Atendimento Móvel(UVAM). A equipe uniu forças à Brigada Animal, coordenada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (CRMV-MG), para realizar atendimento emergencial.

 
Nos pontos atingidos, foi realizado o resgate de animais que ficaram presos na lama, prestando os  atendimentos necessários no local e em um posto de atendimento montado nas proximidades.  O socorro foi prestadoaosanimais de pequeno porte, como cães e gatos, e de grande porte, como o gado de propriedades da região. Houve ainda atendimento de espécies silvestres. Nos casos mais graves, foi feito deslocamento dos animais para o Hospital Veterinário da UFMG.Todo o trabalho está sendo realizado, respeitando às indicações e aos protocolos do Corpo de Bombeiros.
 
A professora Zélia Inês Portela Lobato, diretora da Escola de Veterinária da UFMG, avalia que essas ações fazem parte do papel da Universidade, que demonstram a importância da academia para a sociedade. "Nesse momento, eu acho que nós fomos capazes de retornar à sociedade um pouco do que ela investe na Universidade pública. Nós fomos requisitados e respondemos emergencialmente e, a médio e longo prazo, vamos continuar respondendo. Estamos à disposição da sociedade e daqueles que necessitarem de nós", frisou a diretora.
 
Frentes de Trabalho
 
Além do resgate de animais, a equipe da Escola de Veterinário está sendo realizado em diferentes frentes. O atendimento de emergência está sendo realizado nos locais afetados pelo rompimento e na Fazenda Dona Marta,  em uma clínica instalada pela Vale nas proximidades.
 
A equipe de Veterinária também contribui na área de saúde pública no controle e erradicação de epidemias, através da aplicação em animais de vacinas e vermífugos. Há ainda o trabalho a médio e longo prazo, na elaboração e execução de projetos junto à Secretaria de Saúde do Estado e do município de Brumadinho. Em decorrência dos danos causados, será prestado o acompanhamento das implicações do ponto de vista de zoonoses.
 
A pedido da Secretaria Estadual de Agricultura, a Escola de Veterinária auxiliará no monitoramento das condições da água do Rio Paraopeba. O trabalho será realizado em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (Emater–MG), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (EPAMIG) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Serão avaliadas possíveis ocorrências de intoxicação a animais nas propriedades rurais, assim como de animais aquáticos.
 
Conscientização
 
A geóloga Maria Giovana Parizzi, professora do Departamento de Geologia e vice-diretora do Instituto de Geociências (IGC/UFMG), participou da  reunião do Participa UFMG – Brumadinho, que aconteceu nesta segunda-feira (04/02), na reitoria da Universidade.De acordo com a geóloga, o corpo docente do instituto discutiu a importância de promover palestras, materiais didáticos, cursos e outras formas de conscientização para preparar estudantespara multiplicar essas informações para que os nossos alunos, junto com os professores,possam orientar a sociedade.
 
Entre as informações a serem transmitidas, a vice-diretora do IGC destacou o esclarecimento sobre termos técnicos, a geologia da região, conhecida como Quadrilátero Ferrífero, e a atividade da mineração – do que é formada e quais as suas estruturas, como pilhas e barragens de rejeito, quais são os perigos e impactos dessas estruturas. "Para que a comunidade possa participar de reuniões e audiências públicas, é preciso que a comunidade vá com conhecimento. E é esse conhecimento que queremos passar", definiu a geóloga.
 
Ainda segundo a professora, é preciso refletir sobre estruturas alternativas a essas, considerando "o que podemos fazer para evitar que barragens de rejeito, principalmente barragens de rejeito a montantes, sejam as preferidas das mineradoras". De acordo com ela, as razões econômicas são as principais para essa escolha. "Nós temos outras alternativas, que são mais seguras, e eu acho que a comunidade merece isso", analisou.
 
* Zélia Inês Portela Lobato é professora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e diretora da Escola de Veterinária da UFMG. 
 
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