A Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG) se prepara para, em breve, contribuir com a redução da subnotificação de Covid-19 em Belo Horizonte. Pesquisadores da instituição afirmam que estão em negociação com a prefeitura da capital para implantar uma metodologia que permita a análise de um número maior de testes PCR, de uma única vez.

Testes PCR — Foto: Pierre-Philippe Marcou/AFP
 
Com a metodologia, a proposta é que a prefeitura passe a fazer testes também em pacientes com sintomas leves de gripe. O objetivo é de conhecer a real situação epidemiológica da capital. Até agora, apenas pacientes hospitalizados ou óbitos passam pelo diagnóstico laboratorial, segundo o protocolo de testagem adotado em Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais .
 
Belo Horizonte tem 2.487 casos confirmados de Covid-19 e 62 mortes. Mas este número pode ser maior, já que Minas é um dos estados que menos testa no Brasil. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, o Governo de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais analisa, em média, 239 exames de Covid-19 por dia, apenas 6% da capacidade.
 
A possibilidade de ampliação da testagem na capital mineira foi confirmada pelo pesquisador Ricardo Takahashi, do Departamento de Matemática do Instituto de Ciências Exatas da UFMG, responsável pelo grupo de trabalho Modelagem da Covid-19, que reúne 30 pesquisadores de diferentes instituições de ensino e pesquisa mineiras.
 
De acordo com o pesquisador, ainda não há data prevista para o sistema ser adotado pelo executivo municipal. Será utilizado o teste PCR, modelo indicado para diagnóstico de pacientes com até sete dias de sintomas. O diferencial, segundo ele, será a possibilidade de testagem em grupo, o que reduz o tempo e custo.
 
“Vamos usar uma técnica de testagem em grupo, em que se agrupa um número de amostras. Possivelmente, vamos começar agrupando com 20 amostras. Se o grupo todo der negativo, o resultado já está pronto. Se algum der positivo, volta e testa uma por uma. Aumenta a eficácia e consegue fazer muitos de uma só vez”, explicou.
 
A técnica, que vai ser implantada pela UFMG, não foi desenvolvida pela universidade. “O método foi inventado em 1943, para ser usado pelo exército americano durante a Segunda Guerra. A finalidade era diagnosticar sífilis nas tropas americanas”, contou.
 
Desde então, segundo o professor, a mesma técnica vem sendo utilizada em várias epidemias, como a Aids. “É um método bastante simples e bastante antigo”.
 
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que há intenção para ampliação dos diagnósticos, mas não confirmou, nem deu detalhes sobre a realização de testes em outros públicos nas unidades de saúde.
 
Inquérito sorológico
 
Foto: Wellington Carvalho/Futura Press/Estadão Conetúdo
 
Belo Horizonte já começou a ampliar a realização de testes na população com a realização do inquérito sorológico. Este inquérito, que vai verificar a disseminação do vírus entre grupos específicos na cidade, será feito com parte dos 75 mil testes rápidos recebidos do Ministério da Saúde.
 
Serão testados profissionais da saúde na rede pública e particular, trabalhadores do transporte coletivo e, por último, atendentes e caixas de supermercados, padarias, farmácias e drogarias da capital.
 
Estes grupos foram escolhidos, inicialmente, porque são formados por profissionais que não podem participar integralmente do afastamento social, ou seja, estão mais expostos ao novo coronavírus, mesmo com medidas protetivas.
 
A previsão de conclusão do Inquérito é no final do mês de julho. Ainda de acordo com a Secretaria, os resultados só serão divulgados após todos os grupos serem testados e os dados estiverem consolidados.
 
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