Desenvolvimento e testes de vacinas, monitoramento da presença do coronavírus no esgoto e levantamentos sobre impactos da pandemia no setor musical e até nos sonhos da população. Esses são alguns poucos exemplos, mas que já demonstram a diversidade de pesquisas feitas pela Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG) desde o início da pandemia. Foram 179 estudos sobre a Covid-19, finalizados ou ainda em andamento, na maior instituição de ensino superior do estado — uma média de 26 por mês.
Ao passo que a universidade tenta buscar respostas contra o coronavírus, ela enfrenta o desafio de conseguir honrar com os gastos diante de um cenário de cortes. Em 2020, o orçamento é de cerca de R$ 208 milhões, R$ 7 milhões a menos do que o de 2019. “Para 2021 há a previsão de um corte orçamentário drástico, da ordem de 16,5%”, destacou a universidade por meio de nota.
No G1, pelo menos 50 dessas pesquisas já foram temas de reportagem (veja os links ao final da reportagem). A última delas destacou uma novidade que é esperança na busca de respostas contra o coronavírus e que pode trazer um alívio para o mundo no contexto do “novo normal”. A universidade está em buscas de voluntários para participar de testes da vacina desenvolvida pelo grupo Johnson & Johnson.
Essa não é a primeira possibilidade de imunização a ser testada pela UFMG. Desde julho, a universidade também participa dos estudos que pretendem verificar a eficácia da vacina chinesa, da empresa Sinovac Biotech.
Pesquisadores da instituição também tentam desenvolver uma alternativa de imunização brasileira, que utiliza o vírus influenza. Eles ainda avaliam a possibilidade de aplicação da vacina BCG, amplamente usada no mundo para combate à tuberculose, para conter a disseminação do coronavírus.
“Fizemos o que se espera de nós: toda a comunidade da UFMG se mobilizou para atender às demandas da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país. Realizamos pesquisas de ponta, em todas as áreas do conhecimento, direcionadas para o enfrentamento da Covid-19 e suas arrasadoras consequências sociais, acolhendo as populações mais vulneráveis", disse a reitora Sandra Goulart.
Mais de 50 mil exames
A UFMG também tem sido aliada do governo no diagnóstico da Covid-19, trabalho que é coordenado no estado pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Do início de março até o último dia 5 de outubro, os laboratórios do Instituto de Ciência Biológicas (ICB), das faculdades de Medicina e de Farmácia e da Escola de Veterinária já realizaram 50,6 mil testes do tipo RT-PCR, o mais indicado para o diagnóstico da doença.
Segundo levantamento do próprio governo, o consórcio da universidade é o que mais testa entre os parceiros do estado.
Além da realização dos exames, a busca pelo desenvolvimento de novas tecnologias para ajudar a ampliar o diagnóstico também está no radar da universidade.
Em uma dessas pesquisas, foram apresentadas, no início do mês, as duas primeiras patentes de teste rápido da Covid-19. Uma das principais vantagens dessa alternativa é o preço. A tecnologia tem um custo de R$ 5 por paciente, enquanto o preço praticado pelos testes atuais sai, em média, por R$ 100.