Nesses três meses eu convivi com a culpa de ter deixado meu cão adoecer . Esse é o desabafo de Ana Paula
Pascoaletto, que mora em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Só agora, em setembro, a coordenadora
de marketing pode ter encontrado a resposta para a piora repentina do Otto. O cachorro maltês, de dez anos,
começou a passar mal depois de comer petiscos da marca Bassar. Ele morreu no dia 31 de maio.
Ana Paula faz parte de um grupo com 49 tutores de vários estados do Brasil que se organizaram para trocar
informações. Os animais deles passaram mal ou morreram após ingerirem os produtos. A lista compartilhada
no grupo é atualizada diariamente. Até a tarde deste sábado (3), a relação já contava com pelo menos 29
casos.
Agora, na verdade, a gente está se unindo numa comunidade para tentar entender como podemos fazer com
que essa investigação aconteça. Estamos passando pela mesma dor, dividimos o mesmo sofrimento e
estamos unidos para prevenir que outros casos como esse não se repitam , disse Julia Mathias, uma das
criadoras do grupo.
Os tutores autorizaram a publicação da listagem. Veja os nomes dos cães que morreram:
Nick – São Paulo
Catarina – São Paulo
Zeca – São Paulo
John Snow – São Paulo
Otto – São Paulo
Tunico
Nick – São Paulo
Diully – Rio Grande do Sul
Rebeca – Rio Grande do Sul
Margot
Mel – São Paulo
Angus- Santa Catarina
Lunna – Santa Catarina
Dom – São Paulo
Bento
Princesa
Nala – Aracaju
Pretinha
Ayumi – São Paulo
Veja os nomes dos animais que precisaram de atendimento e ainda se recuperam:
Chloe – Mato Grosso do Sul
Antonella- Rio Grande do Sul
Euriko – São Paulo
Mel – São Paulo
Hannah – São Paulo
Pandora
Amelie
Helena
Serafim – São Paulo
Flash- Espírito Santo
Ana Paula conseguiu as notas fiscais que comprovam que o animal fez o uso dos petiscos e vai registrar
boletim de ocorrência em São Paulo.
A investigação é feita pela Polícia Civil de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais . No estado, oito cães morreram. Sete em Belo
Horizonte e um na cidade de Piumhi, no Centro-Oeste.
Nessa sexta-feira (2), a delegada responsável pela apuração, Danúbia Quadros, confirmou a presença de
monoetilenoglicol em amostra do produto analisada. A substância já tinha sido detectada por meio de
necropsia realizada pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG) em um
dos cãezinhos mortos.
O monoetilenoglicol foi uma das substâncias identificadas na contaminação das cervejas da Backer, em 2020.
Dez pessoas morreram.
Três marcas de petiscos são investigadas por suspeita de contaminação por monoetilenoglicol: Dental Care,
Every Day e Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar.
Também nessa sexta, o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento nacional de todos os lotes de
produtos da empresa e a interdição da fábrica, em Guarulhos (SP).
Angus, de oito anos, morreu em julho. A tutora Daniela de Oliveira André viu a reportagem e associou a morte
do cachorro, da raça Beagle, ao consumo dos produtos.
Ele comeu os petiscos e no mesmo dia, a noite, notei o Angus meio abatido. No dia seguinte, apresentou
fraqueza e tremores nas patas traseiras e precisou ser internado , conta.
Na época, a equipe de veterinários que atendeu Angus não soube explicar o que provocou as alterações no
organismo do animal. Daniel é policial militar e já registrou um boletim de ocorrência em Laguna, Santa
Catarina.
Comunicado aos tutores:
Neste sábado (3), o grupo Petz, onde alguns dos tutores compraram os petiscos, enviou um e-mail aos
clientes da empresa orientando que, caso tenha adquirido algum produto sob investigação, que ele não seja
dado ao animal até o resultado da perícia.