Encefalopatia espongiforme bovina ocorre na forma ‘clássica’ e ‘atípica’

Foto: Arquivo/Agência Brasil

 

Não há necessidade de alarde devido ao caso suspeito de encefalopatia espongiforme bovina — nome científico para a doença de vaca louca — em um frigorífico de Belo Horizonte. A avaliação é da veterinária Maria Izabel Guedes, professora na Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG). 

A especialista explica que a doença possui duas formas. Na "clássica", a infecção se dá por meio da ingestão de alimentos contaminados com o príon infeccioso. O comportamento do animal é alterado, ele fica mais raivoso. Esta forma, sim, oferece risco aos humanos em caso de ingestão da carne do animal. A doença causou um surto no Reino Unido no final da década de 80.
 
Na forma “atípica”, ocorre uma mutação espontânea da proteína animal, sem relação com a ingestão de alimento contaminado. Desta forma, não há risco para os humanos. Especialmente porque a carne do animal não foi disponibilizada para consumo. 
 
"É um alarde, a meu ver, desnecessário porque a probabilidade de ser a forma atípica da doença é muito maior do que a forma clássica. O Brasil toma medidas de prevenção da ocorrência da doença desde o final da década de 90", explica Maria Guedes. 
 
Entre as medidas adotadas pelo Brasil, estão: programa específico, com regras para exportação de animais; vigilância passiva e ativa, e retirada de tecidos que podem oferecer riscos de transmissão da proteína príon associada à doença da vaca louca via alimentação.
 
 
Impacto na exportação 
 
Apesar da possibilidade ser um caso não danoso aos humanos, o governador de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , Romeu Zema (Novo), demonstrou preocupação com o impacto na exportação da carne animal. 
 
É uma preocupação grande, não só para Minas como para o Brasil, grande exportador de proteína animal. Tudo está sendo feito para que não haja risco da potencial contaminação se estender para outros lugares", pontuou.
 
 
Caso em Belo Horizonte 
 
Devido ao suposto registro ter ocorrido na capital mineira, a reportagem da Itatiaia procurou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Por meio de nota,  a administração diz que "a atribuição da Vigilância Sanitária municipal é fiscalizar os açougues em situações rotineiras".
 
"Em casos específicos como o de suspeita de vaca louca, as medidas são orientadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária e pelas secretarias estaduais de Saúde e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento", explica.
 
 
Ministério da Agricultura 
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento disse que casos em investigação são corriqueiros, nos procedimentos de vigilância estabelecidos, e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário. Conforme a pasta, os resultados serão divulgados assim que as investigações forem concluídas. 
 

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