Cansaço excessivo, emagrecimento, visão comprometida. Alguns destes sinais podem evidenciar que o seu gato ou cachorro começa a ingressar em uma nova fase da vida: a velhice. Geralmente, ela chega por volta dos 7 anos de idade (pode variar de acordo com alguns fatores, como, por exemplo, a raça do animal). Neste momento, muitos cuidados são essenciais. Atenção é fator indispensável, pois, nem sempre, as primeiras evidências de problemas na saúde dos pets podem ser percebidas por seus responsáveis.

“O organismo se adapta muito bem ao desgaste no seu início, o que faz com que nem sempre um coração que não está funcionando adequadamente apresente uma alteração que possa ser vista pelo responsável do animal. Estes problemas iniciais só podem ser identificados pelo médico veterinário por meio de exames clínicos e/ou complementares”, explica o veterinário Julio Cambraia, professor da UFMG.

“Um tratamento adequado no início de um processo degenerativo permitirá o que todos esperam para o seu animal de estimação: qualidade de vida e longevidade”, frisa.

No entanto, há sintomas que são perceptíveis e comuns às doenças que podem afetar um animal mais velho. Cambraia destacou os principais deles e suas formas de tratamento.

O acúmulo em excesso de tártaro dentário leva à infecção de gengiva, ao abalo dos dentes e à diminuição do consumo de alimento. Há a possibilidade de infecção em outros órgãos, como coração e rins. O animal, mesmo idoso, pode ser submetido a um procedimento, até sob anestesia, para corrigir esta questão.

Outro problema comum da idade é a ocorrência de opacidade do cristalino do olho, a conhecida catarata. É possível fazer cirurgia de correção até com implantação de lentes substitutivas. A catarata avançada causa uma forma de cegueira.

O coração é também comumente afetado. O músculo, que trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, com o tempo, tende a apresentar enfraquecimento. Tosse, cansaço fácil e desânimo são algumas das evidências de insuficiência cardíaca.

Já os rins podem apresentar um quadro de insuficiência renal. Urinar muito, com uma urina muito clara, em animal que apresenta emagrecimento progressivo, pode sinalizar um processo de “doença renal crônica”.

As articulações também são, em alguns casos, afetadas. Isso pode ser visto, por exemplo, no animal que tem dificuldade para se levantar, apresentando algum tipo de manqueira ou até mesmo dificuldade para urinar ou defecar. O problema pode evidenciar a artrite ou artrose.

Não podemos deixar de falar, ainda, de um problema comum da idade, apesar de aparecer em qualquer fase da vida do animal: o câncer. Muitas vezes, a presença de nódulos é possível ser notada pelo próprio responsável. A identificação requer exames especiais, pois muitos crescimentos são benignos. Na maioria das vezes, devem ser removidos e até mesmo tratados com quimioterapia.

“A partir do momento que o animal entra em fase senil, a consulta com um médico veterinário pode permitir a identificação precoce ou mesmo instruções para o responsável”, finaliza Cambraia.

Quando é preciso dizer adeus

Mesmo com todos os cuidados, a hora de se despedir para sempre do animal de estimação é inevitável. Neste caso, o zelo e o carinho com o corpo dele não precisam ficar de fora. Serviços como cemitério, velório e cremação são oferecidos para dar mais conforto ao responsável na hora do adeus.

“Vivemos um tempo em que os animais domésticos são parte da família. O proprietário cria um laço afetivo bastante significativo com seu pet. Saber que ele terá um destino digno até em sua morte é um alento a várias pessoas”, pondera Tadeu Gobetti, diretor do Lumina Memorial, empresa localizada em Itabirito que oferece velório e cremação de animais, atendendo moradores de BH e Região Metropolitana.

No caso dos velórios, eles duram cerca de uma hora. Os animais são preparados e colocados em um caixão, em uma sala destinada para a cerimônia. Caso o responsável queira as cinzas do seu pet, pode optar por um serviço de cremação individual. Neste caso, pode agendar dia e a hora para prestar a sua última homenagem. Já quando a intenção é somente cremar e, não necessariamente, guardar as cinzas, há, ainda, a opção compartilhada.

Ter uma lápide com nome, datas de nascimento e morte e uma mensagem também é outra opção. No Cemitério de Animais, localizado em Betim, esta é uma realidade para quem deseja que o animal tenha um lugar especial após sua partida. “Os animais são muito amados. E muitos preferem fazer a despedida desta forma”, avalia o proprietário José Maria Camargo. O cemitério também oferece os serviços de velório e cremação.

Julio César Cambraia Veado é professor do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias na Escola de Veterinária da UFMG.