A Polícia Civil ainda não tem previsão de quando serão divulgados os laudos periciais referentes às mortes de

cachorros por suspeita de intoxicação por etilenoglicol – substância que já foi encontrada em cervejas da
Backer e que estaria presente em petiscos. Dos cães, oito são da raça spitz alemão e um da yorkshire.
 
 "Não tem um prazo definido ainda, é um caso peculiar. Então, a gente tá aguardando realmente a conclusão
dos laudos. Existe um crime na lei 8.137, art.7, que prevê que a venda de mercadoria imprópria para o
consumo tem pena de dois a cinco anos e multa", disse Danúbia Quadros, da Delegacia Especializada em
Defesa do Consumidor de Belo Horizonte.
 
 Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (1o), ela recomendou cautela ao consumidor. No entanto,
como o caso ainda segue em investigação, o nome da marca não foi divulgado pela instituição, assim como
lotes e quais produtos da fabricante são considerados suspeitos.
 
 "A gente não divulga os próximos passos porque o inquérito policial é um procedimento sigiloso, mas assim
que for concluído a gente vai trazer novas informações", destacou.
 
 Animais que ingeriram petiscos e apresentam sintomas, dentre eles, convulsões, vômito e diarreia devem
procurar a delegacia. "Não adianta ficar só divulgando em grupo, em rede social, porque isso a gente não
consegue aferir", disse.
 
 A loja que vendeu os produtos na capital retirou os petiscos das prateleiras. Porém, eles seguem sendo
vendidos em sites. "Por isso, é importante a atuação do Ministério da Agricultura para retirada e análise
desses produtos do mercado nacional".
 
 Além das seis mortes investigadas na capital, a Polícia Civil apura o falecimento de um cãozinho que reside
em Piumhi, no Centro-Oeste de Minas. À instituição, a tutora contou que comprou o petisco em BH, onde o
cachorro começou a passar mal e foi internado, porém, precisou voltar à cidade do interior porque não
conseguiu submetê-lo a transfusão na capital. Lá, o cachorro morreu.
 
  "Hoje, a gente recebeu mais três relatos. Um deles é um novo petisco, mas os três que foram encaminhados
à perícia são do mesmo fabricante. São lotes diferentes, são vários lotes", esclareceu a delegada, que
aguarda o laudo dos petiscos. A intenção é compreender se ele possui alguma substância que poderia ter
causado a morte dos cães.
 
 No decorrer das investigações, a polícia recebeu informações de duas tutoras de São Paulo, que informaram
a suspeita da morte dos animais após ingestão do petisco. As apurações ocorrem em cada delegacia, no
entanto, conforme a delegada, nada impede a troca de provas entre os estados.
 
"Tanto a loja quanto a empresa fabricante não se opuseram e estão prestando os esclarecimentos. Agora, a
gente precisa finalizar os laudos para concluir se as mortes ocorreram pela ingestão dos petiscos", destacou.
A investigação teve início após tutores desconfiarem da morte de dois cães e levarem corpos para serem
analisados pela Escola Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG) . Conforme laudo de
necropsia, os animais morreram por lesões renais graves em decorrência de consumo de etilenoglicol – que
donos suspeitam estar em petiscos.
 
A reportagem procurou a empresa responsável pelos petiscos e aguarda retorno.