Um mês após a decisão liminar do desembargador Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal (TRF), de Brasília, que exigia a retirada das capivaras da Lagoa da Pampulha, os animais  permanecem no local.
 
A decisão veio após pedido da Associação Pró-Interesses do bairro Bandeirantes (APIBB), que entrou com ação contra a permanência das capivaras na região. Os animais são hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, que há pouco mais de dois meses matou o garoto Thales Martins Cruz, de 10 anos.
 
 
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou que ainda não iniciou o manejo dos animais e alegou que a liminar não fixa um prazo para a realização dos trabalhos. 
 
A prefeitura, porém, afirmou estar cumprindo a decisão e citou o Termo de Referência que irá embasar o edital para a contratação da empresa que fará o isolamento das capivaras, que já foi finalizado. O executivo ainda disse já ter elaborando um outro Termo de Referência para embasar a licitação visando à contratação de empresa para combater os carrapatos.
 
A prefeitura informou também que, apesar de já ter finalizado o texto para a contratação da empresa que fará o edital, ainda não há um prazo para que ele seja lançado. Sobre a forma que o manejo será realizado, a PBH explicou que ainda não sabe como ocorrerá esse trabalho.
 
População de capivaras
 
Em 2014, por medidas de segurança, a prefeitura realizou o confinamento de 14 capivaras que habitavam na lagoa. No entanto, segundo o Executivo, a Justiça mandou soltá-las no início de 2016.
Na ocasião, as 14 capivaras foram soltas. Porém, atualmente, a prefeitura alegou não ter um controle de quantos animais da espécie vivem no local.
 
Carrapatos
 
A PBH diz estar em dia com o controle dos carrapatos. Um procedimento químico é feito em cavalos, que são os principais hospedeiros do carrapato estrela, transmissor da febre maculosa, segundo informou a prefeitura.
 
Esse trabalho é feito em parceria com a Associação dos Trabalhadores de Veículos de Tração Animal e a Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais /Escola de Veterinária (UFMG). O balanço do executivo aponta que, neste ano, até setembro, foram aplicados 283 banhos com carrapaticida em 115 animais.
 
Febre Maculosa
 
Por meio da Secretaria Municipal de Saúde, a prefeitura investiga 17 casos suspeitos de febre maculosa em residentes de BH. Até o momento, dois pacientes que apresentaram sintomas parecidos com os da doença foram confirmados, sendo que um evoluiu para óbito.
 
Em 2015, a pasta realizou 62 notificações por suspeita de febre maculosa em Belo Horizonte. Todos foram investigados e descartados.
 
Já entre 2007 e 2014,  foram notificados e investigados 256 casos suspeitos de febre maculosa, sendo que três foram confirmados. Todos eram de residentes em Belo Horizonte.
 
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