A Polícia Civil divulgou na tarde desta quinta-feira (1°/9) que investiga as mortes de seis cães – e internações

de seis – em Belo Horizonte e um na cidade de Piumhi, na Região Oeste de Minas.
Outras duas mortes que aconteceram em São Paulo vão ser investigadas pela polícia do estado paulista. Há
a suspeita de que petiscos com substâncias tóxicas causaram os óbitos.
 
 "As tutoras procuraram a delegacia, mas foram orientadas a procurar a delegacia em São Paulo. Acabou de
chegar a informação de que mais um cachorro morreu em Piumhi. A tutora comprou um petisco em uma loja
de Belo Horizonte. O cachorro começou a passar mal, foi internado em BH. Não conseguiu fazer transfusão
de sangue na capital, retornou para a cidade do interior de Minas e lá faleceu , disse a delegada Danúbia
Quadros, responsável pelo inquérito policial, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor.
 
 A delegacia já estava investigando a morte de três cachorros e a internação de outros três de uma mesma
tutora de BH.
 
 "Hoje recebemos mais três relatos, e um deles é de um novo petisco, mas os três petiscos que foram
encaminhados para serem periciados são do mesmo fabricante", declarou a delegada. Segundo ela, os
produtos são de lotes diferentes.
 
 Todos os petiscos levados até a delegacia foram encaminhados para a perícia técnico-científico da Polícia
Civil. "Aguardamos os laudos em relação aos petiscos. Em relação aos animais que foram encaminhados,
pelas tutoras, para a Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , temos um laudo preliminar sugerindo uma
intoxicação desses bichinhos. Aguardamos os laudos dos cachorros", informou.
 
 O laudo de necrópsia feito pelo Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG)
apontou que o estado clínico que levou à morte dos animais é "altamente sugestivo" de intoxicação por
etilenoglicol, substância proibida em alimentos.
 
 A delegada destacou que os animais afetados até o momento são cachorros de pequeno porte, das raças
spitz alemão e yorkshire.
 
 O órgão responsável no Ministério da Agricultura já foi notificado e está fazendo a investigação. "Ele é o
responsável pela retirada dos produtos do mercado nacional. Lá eles estão analisando a possibilidade da
retirada dos produtos que estão à venda", relatou.
 
 Ainda de acordo com a delegada, a loja responsável pela venda dos petiscos já retirou os produtos das
prateleiras. "Mas os produtos são vendidos em outros sites, em rede nacional. Por isso, é importante a
atuação do Ministério da Agricultura para análise e retirada desses produtos do mercado nacional , disse.
A delegada informou ainda que tanto a loja quanto a fabricante dos petiscos estão prestando as informações
necessárias para a investigação do caso: "Precisamos analisar os laudos para concluir se as mortes,
internações e intoxicações vieram do consumo desses petiscos .
 
 A orientação para os tutores de animais é de cautela neste momento. "Os tutores com cachorros passando
mal, apresentando convulsões, diarreia ou vômito devem procurar atendimento e a delegacia. Não adianta
divulgar em grupos, redes sociais, pois não conseguimos aferir se a intoxicação, internação ou a morte se
deram em virtude da ingestão deste produto. É importante procurar a delegacia mais próxima para tomada de
providência criminal , afirmou.
 
 Não há previsão para resultado dos laudos. Se comprovada a ligação entre as mortes e os petiscos, os
responsáveis podem responder pela venda de mercadoria imprópria para o consumo, com pena de dois a
cinco anos e multa.