Escola de Veterinária também quer dados para reduzir maus-tratos contra cães. Pesquisa é feita de forma on-line e maiores de 18 anos podem participar – tendo ou não um animal.
 
A Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG) está desenvolvendo uma pesquisa para levantar informações que serão usadas em estudos e políticas públicas de educação em saúde e ambiental, com o intuito de reduzir casos de maus-tratos a cachorros.
 
"Com a proximidade cada vez maior dos cães e gatos ao ser humano, esses animais estão vulneráveis a ações e omissões que podem comprometer seu bem-estar. Além disso, a partir da promulgação da Lei Sansão, em 2020, quem praticar ato de maus-tratos a cães e gatos pode ser punido com reclusão de dois a cinco anos e multa", diz a médica veterinária Gabriela Ferreira Siano.
 
Ela explicou que o estudo "Percepção da população sobre bem-estar animal, guarda responsável e maus-tratos a cães" começou no dia 26 de agosto e não tem data para ser concluído.
 
"Eu tenho que atingir um número de pessoas até que as proporções de respostas se estabilizam, mas, até o momento, parece não está longe de isso ocorrer. Então em breve ela se encerrará", fala Gabriela.
Segundo ela, além da descrição socioeconômica dos participantes, o questionário tem 22 perguntas objetivas.
 
Até esta quarta-feira (6), havia 747 respostas, todas referentes exclusivamente a cães. Habitantes dos 26 estados e do Distrito Federal podem participar da pesquisa de forma on-line.
 
A atividade faz parte do mestrado de Gabriela e tem coordenação das professoras Adriane Pimenta da Costa Val Bicalho, do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias da Escola de Veterinária da UFMG, e Camila Stefanie Fonseca de Oliveira, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária da UFMG.
 
A mestranda conta que é a primeira iniciativa neste estilo desenvolvida pelo Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, em que se avalia o conhecimento da população geral sobre o tema, apesar de haver outras sobre o bem-estar animal.
 
O trabalho foi divulgado em redes sociais e Gabriela pediu aos participantes que também compartilhassem. Qualquer pessoa acima de 18 anos pode contribuir respondendo o questionário, tendo cães ou não.
 
"Posteriormente, encaminhei para os setores administrativos e educacionais da UFMG para que compartilhassem com alunos e colaboradores, utilizando a técnica de amostragem por ‘bola de neve’, em que cada participante é incentivado a recompartilhar, assim aumentando o volume da amostra. Esses animais estão inseridos em vários contextos da sociedade, é relevante entender o grau de conhecimento de todos, independentemente de serem tutores ou não", avalia Gabriela.
 
Ainda segundo a especialista, os casos de maus-tratos a cães se classificam em agressão, abuso e negligência, sendo que este último apresenta maior incidência, e muitas vezes ocorre sem intenção, por falta de conhecimento sobre cuidados básicos que devem ser dados aos cachorros.
 
"Por isso, pensamos nesse trabalho, para entender o grau de conhecimento das pessoas e, posteriormente, poder ajudá-las a cuidarem melhor de seus cães e evitarmos os casos de maus-tratos do tipo negligência", pondera.
Lei Sansão
 
O cachorro pitbull Sansão teve as duas patas traseiras decepadas em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 6 de julho de 2020.
 
Em 29 de setembro do mesmo ano, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sancionou, sem vetos, a Lei Sansão que estabelece pena de dois a cinco anos de prisão para quem praticar atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães e gatos.
 
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