Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (Fapemig), o projeto vem sendo desenvolvido por pesquisadores da Escola de Veterinária da UFMG e conta com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), da EmaterMG e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).  

Patrimônio cultural imaterial dos mineiros, o Queijo Minas Artesanal tem como principal característica o uso do leite cru (não pasteurizado) na sua fabricação, por isso o tempo de maturação tem importância fundamental. “O processo de maturação reduz a umidade do queijo, aumenta a acidez e a concentração de sais, reduzindo o risco da presença de patógenos”, explica o médico veterinário, aluno do mestrado e um dos responsáveis pela pesquisa, Ranier Chaves Figueiredo. Segundo o pesquisador, o estudo atende a uma demanda antiga dos produtores, que tem tradição na comercialização do queijo fresco, com tempo mais reduzido de maturação.  

Participam da pesquisa seis produtores cadastrados e fiscalizados pelo IMA na região da Serra do Salitre. Ao todo foram coletadas 120 amostras de queijo produzidas nos períodos seco e chuvoso. Para atender a demanda da legislação quanto à determinação do período mínimo inferior ao prazo determinado legalmente, são avaliadas as características microbiológicas e físicoquímicas ao longo da maturação, além de análises das bactérias probióticas (benéficas ao organismo). A previsão é de que estes dois estudos estejam concluídos até fevereiro de 2018.  

O trabalho tem um outro desdobramento, tão importante quanto, que é a identificação de toda a população bacteriana presente no queijo durante a maturação. “Este é um estudo de metodologia avançada conhecida como técnica metagenômica, onde o DNA bacteriano é extraído e enviado à Suíça para a identificação. A conclusão deste estudo, que é uma tese de doutorado, está previsto para 2019”, acrescenta o pesquisador da UFMG.  

Características regionais  Este projeto de pesquisa é específico para determinar o tempo de maturação dos queijos produzidos na região da Serra do Salitre. Como explica o pesquisador, os microorganismos, especialmente bactérias, presentes no queijo variam entre as regiões produtoras. “Cada região possui suas especificidades e são necessárias pesquisas respeitando suas características regionais”. Além da região do Salitre, Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais conta com mais seis regiões produtoras (Canastra, Cerrado, Araxá, Serro, Campo das Vertentes e Triângulo). Segundo o Superintendente de Apoio à Agroindústria da Secretaria de Agricultura, Gilson Sales, este trabalho é de grande relevância para que se possa conhecer as características de identidade e qualidade dos Queijos Minas Artesanais.  

Trabalho de pesquisa semelhante já foi desenvolvido na região de Araxá, que determinou o período de maturação de 14 dias para o queijo da região, mas que ainda aguarda a chancela dos órgãos oficiais de controle para torná-lo oficial. 

 *Ranier Chaves Figueiredo é pesquisador da Escola de Veterinária da UFMG

 
                                                                                                                                                                           Visualize matéria/ reportagem