Programa de rádio da Faculdade de Medicina da UFMG apresenta a 1ª edição de uma série sobre animais que estão relacionados à transmissão de doenças, como a raiva e a toxoplasmose
Uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), realizada no ano passado, indica que o cão é o animal doméstico com maior população no Brasil. Mas para que a relação com o “melhor amigo do homem” se estabeleça sem maiores problemas, são necessários alguns cuidados. Afinal, o animal também pode estar ligado à transmissão de algumas doenças, com destaque para a leishmaniose.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre os anos 2000 e 2011, a doença vitimou cerca de 2,6 mil pessoas no país, número superior aos óbitos por motivo de dengue no mesmo período. O infectologista José Carlos Serufo, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, explica que há dois tipos da enfermidade, a leishmaniose tegumentar e a visceral, que é a mais comum e mais perigosa para a saúde. “A leishmaniose ‘clássica’ é a visceral, que acomete os órgãos e é transmitida pela fêmea do mosquito-palha infectado, um flebotomíneo. Ele pica o cão, se contamina e então pica o ser humano, transmitindo a doença.”
Evitar o acúmulo de lixo em casa, a fim de não contribuir para a proliferação dos mosquitos, que costumam se reproduzir em locais com muita matéria orgânica em decomposição, e recorrer à utilização de coleiras apropriadas e repelentes à base de citronela para os caninos, são medidas que ajudam a prevenir a doença.
A médica veterinária Danielle Ferreira, professora da Escola de Veterinária da UFMG, adverte que a identificação do problema nos cães é complexa, apesar do surgimento de alguns indícios. “É preciso muita atenção para aquelas pequenas feridas que não cicatrizam, mesmo após banhos e o uso de medicamentos.” Ela acrescenta que outras lesões de pele no animal também podem ser um sinal, já que a leishmania é uma doença que deprime o sistema imune, fazendo com que ele fique mais propício ao desenvolvimento desses problemas.
Embora ela seja, às vezes, assintomática e confundida com outras enfermidades, alguns sintomas podem indicar a presença da leishmaniose em seres humanos. São eles: náuseas, vômitos, cefaleias, aumento do fígado e do baço, dores musculares e abstemia, fazendo com que o paciente perca a vontade de realizar atividades corriqueiras.
Ainda não há vacina humana contra a doença, mas ela tem cura. Portanto, consultar um médico antes ou depois de perceber esses sintomas é sempre a melhor opção. No caso do cão, se há suspeita, é recomendável obter maiores informações com responsáveis pelo controle de zoonoses. Em Belo Horizonte, o telefone é o 3277-7722.
Tema da semana
Na série Mundo Animal I, saiba mais sobre algumas zoonoses e suas formas de transmissão, além de dicas de prevenção e tratamento. Confira a programação:
Zoonoses – segunda-feira (25/03/2013)
Gato x toxoplasmose – terça-feira (26/03/2013)
Morcego x raiva – quarta-feira (27/03/2013)
Cachorro x leishmaniose – quinta-feira (28/03/2013)
Rato x leptospirose – sexta-feira (29/03/2013)
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. O programa é veiculado em vinte e sete emissoras de rádio em Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais . Também é possível conferir as edições pelo site do Saúde com Ciência.
Link: http://www.medicina.ufmg.br/noticias/?p=32918
Danielle Ferreira de Magalhães Soares é professora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária da UFMG.