Como proteger os portadores
A hipersensibilidade sensorial pode acabar desencadeando crises por parte das pessoas com autismo. Para evitar que isso aconteça, existem algumas atitudes que podem ser tomadas e que podem minimizar os efeitos dos estímulos.
“Uma das coisas que precisamos pensar é o ambiente em que essa pessoa vai estar. O ideal seria que ela pudesse passar a noite do ano-novo com pessoas que ela conhece, num ambiente já conhecido por ela. Outra coisa que pode diminuir a intensidade dos sons seria colocar algodão no ouvido ou fones de ouvido”, explicou Rosângela.
Mesmo com as prevenções, uma crise ainda pode ser desencadeada. “Nesse caso, é conversar, tentar acalmar, tentar afastar os estímulos auditivos e visuais para ver se a pessoa se tranquiliza”, completou.
Como os fogos afetam os cães
Os efeitos dos estímulos dos fogos de artifício nos cachorros já são um pouco mais conhecidos e compartilhados. Em entrevista anterior ao BHAZ, Paula Mayer Costa*, médica veterinária neurologista da UFMG, explicou que o animal escuta melhor que os seres humanos: “Eles têm esse sentido mais aguçado. Com isso, provoca-se uma excitação no animal e, com o barulho dos fogos, desencadeia diversas alterações”.
“O animal pode ter convulsões e problemas cardíacos, por exemplo. Eles ficam com muito medo, tentam se defender, sair daquele lugar que está com muito barulho. O primeiro instinto dele é fugir. Por isso, nesses momentos, não é recomendável abrir portas ou janelas da casa, para que o animal não saia”, contou Paula.
Nas redes sociais, usuários compartilham vídeos e imagens que mostram as consequências que a queima de fogos trazem aos cães, com o objetivo de conscientizar outras pessoas e evitar que mais foguetes sejam soltos.
Para evitar uma crise, a recomendação básica é colocar tampões de algodão nos ouvidos dos animais, colocar faixas para protegê-los e tocar música clássica para acalmá-los. "Tentar manter o ambiente o mais tranquilo possível, ficar perto deles nesse momento", completou a médica veterinária.
*Paula Mayer Costa é médica veterinária neurologista no Hospital Veterinário da UFMG