Situação preocupa Grupo de Trabalho do CRMV-MG e ações são intensificadas
A Esporotricose, é uma doença causada pelo vírus Sporothrix spp. que acomete mamíferos no mundo inteiro e no Brasil, sua transmissão está principalmente associada a felinos. Em Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , a doença foi relatada pela primeira vez em 2015 e vem apresentando números crescentes, incluindo alguns casos em humanos. A doença é transmitida pelo gato infectado, normalmente
por mordida ou arranhadura em outro hospedeiro.
O diagnóstico pode ser obtido através de exames laboratoriais em diversos métodos para coleta, como explica a médica-veterinária e membro do Grupo de Trabalho de Esporotricose do CRMV-MG, dra. Danielle Ferreira Soares. “Para atendimentos clínicos e práticas a campo, os métodos mais viáveis são as coletas com swab (para cultura fúngica) e o imprint (para exame citopatológico). O diagnóstico definitivo da doença, tanto em gatos como em humanos, é obtido por meio do isolamento de Sporothrix spp. Porém, poucos laboratórios realizam essa técnica e em alguns municípios isso pode dificultar a confirmação dos casos”.
A boa notícia, segundo a médico-veterinária, é que em gatos é possível realizar o exame citopatológico com rapidez e grande sensibilidade para o diagnóstico, uma vez que esses animais apresentam alta carga fúngica nas lesões. “Este tipo de exame demanda menor estrutura laboratorial, podendo ser realizado no consultório ou no serviço de controle de zoonoses. Um resultado citopatológico positivo possibilita um início imediato do tratamento, já em caso negativo, é necessário realizar a cultura micológica para definição de conduta”, explica dra. Danielle.
O trabalho dos profissionais da Medicina Veterinária vai além do paciente felino. “Eu gostaria de destacar o papel fundamental dos médicos-veterinários na detecção dos casos em humanos”, diz dra. Danielle. “Muitos somente serão descobertos pelo olhar atento do profissional veterinário durante o atendimento ao paciente felino”, explica.
A médica-veterinária chama atenção para uma consideração importante: a proteção dos profissionais. “Use sempre luvas, máscara e avental de manga longa ao examinar um gato suspeito. A contaminação dos médicos-veterinários tem aumentado de forma assustadora. Não deixe de se proteger!”
Como prevenir a Esporotricose?
A orientação aos tutores e a oferta de castração são as ferramentas mais eficientes no combate à Esporotricose. O diagnóstico e o tratamento humano são feitos pelo SUS, e o tratamento do animal, embora não seja gratuito, não é impossível de ser realizado. Dra. Danielle explica que a via de administração é oral, podendo ser ministrado no alimento úmido, o que diminui o risco de contaminação do tutor. Para maiores informações consulte o Guia de Enfrentamento no link: http://www.crmvmg.gov.br/arquivos/ascom/esporo.pdf
Esporotricose tem cura!
“Animais doentes só devem ser eutanasiados em casos especiais, onde não há alternativa de tratamento”, explica dra. Danielle. “Animais errantes com lesões sugestivas devem ser notificados ao serviço de controle de zoonoses do seu município”. A médica-veterinária explica que já existe um protocolo para eles, disponível no Manual do Ministério Público (a ser publicado em breve). Caso o animal venha a óbito, não deve ser enterrado e sim incinerado. “O tutor deve ligar para o serviço de controle de zoonoses para maiores informações sobre o destino adequado, caso ele não tenha condições financeiras de pagar por ele”, explica dra. Danielle.
Grupo de Trabalho de Esporotricose do CRMV-MG
O CRMV-MG possui um Grupo de Trabalho para enfrentamento à Esporotricose. Após realizar inúmeros trabalhos desde a sua criação em 2016 que envolveram, entre outras ações, a caracterização epidemiológica da doença em Belo Horizonte e Região Metropolitana, a capacitação de profissionais de saúde, criação de protocolos e fluxogramas para recebimento de amostras para diagnóstico e de cadáveres para destinação adequada por meio de incineração, pesquisas sobre descontaminação ambiental, produção de artigos técnicos, científicos e um manual para profissionais em fase de publicação
pelo Ministério Público de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , pretende ainda em 2020 ampliar as ações para todas as regiões administrativas de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais , além de realizar um estudo multicêntrico de tratamento de felinos da população de maior vulnerabilidade social em diferentes Faculdades de Veterinária da capital.
Além disso, novos fármacos estão sendo testados e novas vias de aplicação para aqueles já existentes. A caracterização molecular e a distribuição espacial dos isolados de Spotothrix também estão sendo realizadas, e um estudo longitudinal para determinação de fatores de risco para a doença em gatos e humanos.
Diagnóstico de Esporotricose em Ibirité
O município de Ibirité criou uma iniciativa inovadora para lidar com o aumento nos casos de Esporotricose. Através do setor de zoonoses da prefeitura, a médica-veterinária dra. Luciana Durães Oliveira promoveu uma campanha de enfrentamento à doença, disponibilizando um laboratório de diagnóstico gratuito para a população, sendo o primeiro município de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais a fornecer o serviço pelo SUS.
A equipe da dra. Luciana conta com a profissional como responsável técnica, além de três agentes de endemias devidamente treinados para o atendimento dos pacientes felinos. “Nosso objetivo sempre foi mitigar o impacto do surto de Esporotricose no município e passamos a abordar diversos métodos para promover saúde pública e bem-estar de animais e pessoas”, comenta.
Além dos exames em laboratórios, dra. Luciana também coordena o serviço de castração de animais, orientações, palestras em escolas e associações do município sobre o enfrentamento à Esporotricose.