Ações de bandidos estariam se tornando frequentes, em qualquer horário, perto do campus Pampulha

Os assaltos já fazem parte da rotina dos alunos da Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG) e de moradores e pessoas que frequentam as ruas e os bairros adjacentes ao campus, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A grande incidência de roubos e furtos no local levou a comunidade estudantil a adotar medidas de segurança, como andar sempre em grupos e se organizar por meio do WhatsApp, no qual são informados sobre os pontos de risco. O que muitos questionam é o fato de que as ações dos bandidos voltam a se intensificar justamente no período letivo e ocorrem a qualquer hora do dia. Por isso mesmo, alunos e entidades que representam funcionários da universidade estão articulando um protesto, previsto para o próximo dia 11, no qual pretendem chamar a atenção para o fato.
Grande parte dos estudantes da UFMG mora nos bairros próximos do campus. E é no caminho de casa para a universidade ou no sentido contrário que os criminosos agem, levando celulares, bolsas, carteiras. As vítimas preferenciais são mulheres, como uma estudante de 26 anos do curso de mestrado em biologia que preferiu não ser identificada. Ela mora em um condomínio no bairro Liberdade e foi assaltada às 20h de 31 de março, quando andava pela rua Flor de Fogo, que corta a avenida Antônio Carlos, poucos metros acima da portaria do campus. Segundo ela, a rua é onde mais são registrados assaltos, junto com a Aimée Semple, logo na esquina abaixo.
“O homem estava vestido como um motoqueiro e me abordou pedindo para eu ficar calada e entregar a bolsa, com celular, carteira e documentos. Eu entreguei e saí correndo. Desde então, fico com medo de ser abordada novamente”, relatou.
Um dia após o ocorrido, a estudante recuperou os documentos pessoais e o chip do telefone. Mas relatos de outros universitários dão conta de que, na mesma data, pelo menos outros três alunos foram assaltados nas ruas próximas da UFMG.
Infraestrutura. A falta de iluminação e de policiamento nos arredores do campus é uma das principais reclamações de estudantes e moradores dos bairros próximos. Na rua Flor de Fogo, por exemplo, existe um lote vago que, segundo as vítimas, é de posse da UFMG e da prefeitura da capital. O local, com pouca iluminação, ajudaria na fuga dos ladrões.
“O lote é escuro e deserto. Não tem iluminação e aí vira um ponto de assalto. Quem passa por ali vira alvo fácil. Quase não vemos viaturas rodando também”, disse uma aluna de medicina veterinária, que também pediu para não ser identificada. Ela foi assaltada no fim do ano passado, na mesma região.
Respostas. Questionada, a UFMG informou que a limpeza, o cercamento e a manutenção do lote estão em dia, mas a iluminação pública e policiamento fogem à sua competência.
Responsável pela manutenção da iluminação na cidade, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que mandaria uma equipe para avaliar a região, mas até o fechamento desta edição não confirmou a ação.
A reportagem não conseguiu contato com o batalhão responsável pela região, mas o chefe da sala de imprensa da PM, capitão Flávio Santiago, disse que é fundamental que os estudantes façam o boletim de ocorrência para orientar a ação da corporação.
Criminalidade
Toda BH. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, em janeiro e fevereiro deste ano, a capital teve 8.230 registros de roubo, um aumento de 40,6% em relação ao mesmo período de 2015.