As capivaras mantidas em cativeiro no Parque Ecológico da Pampulha, em Belo Horizonte, estão vivendo sob condições inadequadas e podem morrer se continuarem na mesma situação, segundo a conclusão da visita técnica realizada nesta sexta-feira (27) ao local pelo Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MDDA).
 
O principal problema é a oferta insuficiente de água aos animais, que são semiaquáticos. “Do jeito que estão, esses animais vão pagar com a vida, inutilmente”, disse o médico veterinário especialista em fauna silvestre Leonardo Maciel, que coordenou a visita. 
 
Desde setembro do ano passado, a prefeitura de Belo Horizonte retirou 52 capivaras da orla da lagoa da Pampulha, que poderiam estar contaminadas pela bactéria causadora da febre maculosa, com o objetivo de controlar a transmissão da doença.
 
De acordo com Maciel, a decisão, além de não resolver o problema, visto que a bactéria pode ser transmitida por outros animais, pode piorar a situação. “Quando tiramos esses animais da lagoa, abrimos espaço para a chegada e reprodução de novas famílias, o que geraria filhotes, que são o risco para a saúde humana”.
 
Atualmente, restam 25 capivaras no parque – 26 morreram e uma fugiu –, divididas entre dois recintos. Elas recebem alimentação e acompanhamento médico e veterinário, além de controle de carrapatos. “Nós estamos fazendo o possível para que esses animais tenham uma condição boa”, disse o diretor do jardim zoológico da capital, Gladstone Corrêa Araujo. Ele disse, ainda, que a estrutura do local foi pensada de para abrigar as capivaras de forma provisória.
 
Para o MDDA, as capivaras deveriam retornar ao habitat. O grupo defende o chamado “manejo populacional ético”, que consiste em fazer o controle dos animais, por meio de procedimentos cirúrgicos, sem retirá-los de seu ambiente, além da aplicação de carrapaticidas.
 
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o convênio para a realização do procedimento de castração das capivaras deve ser firmado até a próxima semana, com a Universidade Federal de Minas Gerais Minas Gerais (original name) Minas Gerais (UFMG). “Vamos fazer tudo isso com acompanhamento médico e veterinário, de forma a preservar a saúde desses animais”, afirmou Araujo.