Pesquisa mostra que esse tumor afeta 45% das cadelas e cerca de 30% das gatas

 
Lisley Alvarenga
 
Outubro Rosa é um mês em que inúmeras campanhas se dedicam a chamar a atenção para as altas taxas de incidência do câncer de mama entre as brasileiras e para a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura. Mas o que muitas pessoas não sabem é que, assim como nas mulheres, o câncer de mama é uma doença bem comum entre os pets, principalmente nas fêmeas.
 
Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária estima que esse tipo de tumor afete 45% das cadelas e, aproximadamente, 30% das gatas. Já pesquisas feitas pelo Laboratório de Patologia Comparada da UFMG revelam que 85% desses tumores mamários são malignos e cerca de 17% das cadelas que são diagnosticadas já estão com estágio avançado da doença, evoluindo para óbito em até sete meses após a retirada total da mama.
 
A falta de informação sobre o assunto faz com que muitos tutores não saibam perceber quando algo vai mal com seus pets e, com isso, eles não procuram os especialistas no momento certo. É importante saber que a lógica do “quanto antes melhor” também funciona para os peludos.
 
“Como a Madu é muito alérgica e faz tratamento de pele, nós sempre a levamos para avaliação no veterinário. Há alguns anos, ela teve que tirar o útero e o veterinário me alertou sobre a possibilidade de ela desenvolver câncer de mama. Em janeiro deste ano, fomos levá-la para vacinar, e acabamos descobrindo o nódulo. Ela fez uma cirurgia e, depois, teve que fazer quimeoterapia. Graças a Deus, hoje ela está curada”, agradeceu a aposentada Cláudia Cruz, 59, tutora da Madu, uma linda cadela da raça charpi, de 10 anos.
 
Diagnóstico precoce
 
De acordo com a professora em medicina veterinária da PUC Minas em Betim e especialista em oncologia veterinária pelo Instituto Bioethicus Luciana Wanderley Myrrha, detectar a doença precocemente é crucial para reduzir a taxa de mortalidade dos cães e
dos gatos.
 
“Quando os tutores não têm condições para levar os animais para avaliações periódicas, e não recebem as orientações para realizarem a apalpação das mamas em casa, os animais acabam sendo levados para atendimento somente quando os nódulos já estão maiores. Cadelas com nódulos menores de três centímetros costumam ter melhor diagnóstico. Nas gatas, o câncer de mama é mais agressivo, independentemente do tamanho. A maioria dos nódulos nessa espécie são malignos, com alto potencial de metástase”, explicou Luciana.
 
Caso o tutor identifique algum nódulo no seu pet, deve levá-lo para a consulta com o veterinário. “O profissional capacitado realizará a avaliação, e, com isso, conseguirá indicar o melhor tratamento para o animal”, finalizou.
 
Prevenção
 
Apalpar as mamas dos animais, assim como a mulher realiza o autoexame, é uma forma de os tutores detectarem os nódulos nos bichos. Na maioria das vezes o crescimento do nódulo demora um pouco, mas, depois disso, passa a causar dor, feridas na pele e, até mesmo, secreções nos mamilos. “O exame clínico minucioso, feito por um veterinário, também é importante para descobrir a doença de forma precoce. A partir dos sete anos, é indicada uma avaliação semestral preventiva em cadelas e gatas. A doença é rara em machos, mas também pode ocorrer”, alertou a veterinária Luciana Myrrha.
 
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